ETAPA BENÉFICA

Crédito responsável: como planear as suas finanças antes de pedir um empréstimo

04.11.2025
Paulo Figueiredo Diretor Comercial Cofidis Portugal

Pedir um crédito é uma decisão que deve ser tomada com informação e consciência. Embora possa ser uma ferramenta importante para concretizar projetos pessoais ou familiares, o crédito só é verdadeiramente útil quando está integrado num planeamento financeiro sólido. 

Conhecer a realidade financeira 

O primeiro passo é compreender a própria situação económica. Saber quanto se ganha, quanto se gasta e onde se gasta é essencial para definir o ponto de partida. Criar um orçamento mensal permite identificar despesas fixas e variáveis, perceber onde é possível ajustar e avaliar quanto do rendimento pode ser destinado ao pagamento de um crédito. 

Como orientação, o total das prestações não deve ultrapassar 30 a 35% do rendimento mensal líquido. Ultrapassar esse limite aumenta o risco de desequilíbrio financeiro em caso de imprevistos. 

Definir o propósito do crédito 

O crédito responsável é aquele que serve um objetivo concreto e construtivo. Por exemplo, investir em formação, fazer obras que melhorem a eficiência da habitação ou substituir um automóvel por uma opção mais económica e sustentável. Um crédito deve ser um meio para atingir um fim, e não um fim em si mesmo.

Comparar e simular antes de decidir 

Antes de avançar, é importante comparar propostas, analisar taxas, prazos e custos associados. As simulações ajudam a perceber o impacto real da decisão no orçamento familiar e a escolher a solução mais adequada à capacidade de pagamento.

Também é recomendável analisar alternativas: reforçar a poupança, renegociar créditos existentes ou adiar o projeto alguns meses pode ser uma decisão mais equilibrada. A melhor decisão financeira é quase sempre a que resulta de tempo, realismo e informação.

Criar uma reserva para imprevistos 

A estabilidade financeira depende também da preparação para o inesperado. Manter uma reserva de emergência (idealmente entre três e seis meses de despesas fixas) garante maior segurança em situações de alteração de rendimento, desemprego ou despesas inesperadas. 

Esta reserva não é um luxo: é uma forma prática de proteger o futuro.

Investir em literacia financeira 

A literacia financeira continua a ser um desafio em Portugal. Segundo o Banco de Portugal, apenas cerca de um quarto dos portugueses demonstra conhecimentos financeiros básicos suficientes para tomar decisões informadas. Este défice afeta todas as faixas etárias e tem impacto direto na forma como se pede e gere crédito. 

Aprender a ler um contrato, compreender as taxas de juro e conhecer os direitos do consumidor são passos fundamentais para que o crédito seja um instrumento de liberdade, e não de dependência.
O crédito pode ser um aliado do progresso pessoal quando é pensado com realismo e gerido com responsabilidade. É uma ferramenta que deve facilitar a vida, não condicioná-la. 

Em Portugal, várias instituições financeiras têm vindo a promover uma nova cultura de crédito, centrada na transparência e na educação financeira. A Cofidis é uma delas: investe em programas de formação e sensibilização que ajudam as pessoas a compreender melhor o dinheiro, planear o futuro e tomar decisões mais conscientes. Porque, em última análise, o crédito responsável começa no conhecimento, e concretiza-se na capacidade de cada pessoa viver de forma equilibrada, segura e confiante.

Paulo Figueiredo, Diretor Comercial Cofidis Portugal

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